quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Responsabilidade Social terá norma

Notícia publicada pelo O Estado de SP em 16/12/2009. Autora: Andrea Vialli.

"Padrão ISO 26000 está na reta final e deve entrar em vigor em 2010"

Está na reta final a elaboração de uma norma padrão para responsabilidade social nas empresas, a ISO 26000. Até o início do ano que vem a norma, uma iniciativa da Organização Internacional de Normalização (ISO, na sigla em inglês), passa por votação pelo comitê internacional que participa de sua formulação, formado por 435 especialistas em trabalho, meio ambiente e consumo de 91 países. Uma vez aprovada, já estará pronta para utilização por empresas e também órgãos públicos e organizações não governamentais, em meados de 2010.

A norma servirá para estabelecer um padrão internacional para gestão de empresas com foco em responsabilidade social e sustentabilidade, e inclui temas como relações de trabalho, direitos humanos, meio ambiente, governança e relacionamento com comunidades.

Ao contrário de outras normas ISO que foram bem assimiladas pelo mercado brasileiro, como as séries ISO 9000 (qualidade) e 14000 (meio ambiente), a ISO 26000 não será certificável. "A norma será um guia de orientação para as empresas, com foco em gestão. A ideia de não certificar é evitar que a norma seja usada pelas empresas para fazer marketing social", explica Jorge Cajazeira, presidente mundial da ISO 26000 - o primeiro brasileiro a presidir um comitê de elaboração de uma norma da ISO.

DIVERGÊNCIAS

A elaboração da norma, que começou em março de 2005, durou mais que os três anos previstos inicialmente, em razão de divergências entre os países. "Houve fortes pressões sobre a norma. China e Estados Unidos chegaram a se posicionar contrários a ela", conta Cajazeira, que também é gerente de competitividade da Suzano Papel e Celulose. "No caso da China, houve a alegação de que a norma afetaria as relações internacionais de comércio e também divergências sobre a definição de direitos humanos", diz. Além disso, nos EUA, os sindicatos reagiram mal à norma, justificando que já existem as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Apesar dos contratempos, o grupo de elaboração cresceu ao longo dos quase cinco anos de elaboração. No início eram 225 especialistas de 43 países trabalhando na norma. Hoje são 435, de 91 países, diz Eduardo São Thiago, gerente de relações internacionais da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). "O objetivo da norma não é oferecer indicadores de sustentabilidade, que já são difundidos. E sim normatizar a sua aplicação", diz Thiago."

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