sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Inmetro lança este mês guia de sustentabilidade para a indústria

Publicada em 03/12/2010 pelo Valor Econômico.

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) vai divulgar no “Diário Oficial da União”, no fim de dezembro, o “Regulamento de Critérios de Sustentabilidade para Processos Produtivos em Geral”. O objetivo da iniciativa, pioneira, é estimular a indústria e o agronegócio a conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e o bem-estar social. O documento não tem caráter compulsório e nem vai gerar certificação do produto no curto prazo, disse o gerente de qualidade do Inmetro, Gustavo Kuster, um dos autores do trabalho.

O documento será dirigido a fabricantes e produtores rurais interessados em saber quais são os princípios, critérios e os indicadores que a indústria brasileira deve seguir para identificar se o processo produtivo é sustentável ou não. “O documento vai funcionar como um guia com princípios, critérios e indicadores de sustentabilidade para os setores mais sensíveis ao ambiente, como construção civil, siderurgia, mineração e outros.”

A decisão de criar o programa surgiu porque o Inmetro percebeu que havia uma demanda potencial forte dos setores produtivos do país em relação aos procedimentos de sustentabilidade. O instituto já desenvolveu programas obrigatórios para certificação (selo de qualidade para o produto) de florestas, de cachaça, de frutas, de fibra de sisal e está trabalhando no de certificação do etanol.

Em setembro, quando foi lançada a Portaria 374, que disponibilizou o texto original do Regulamento no “Diário Oficial” para consulta pública, o trabalho do Inmetro chegou a preocupar as empresas, segundo fontes do setor siderúrgico. As entidades empresariais se mostraram preocupadas com a possibilidade do regulamento ter caráter obrigatório, o que iria exigir mudanças complexas em seus processos de gestão da produção no curto prazo. Isso foi descartado pelo Inmetro.

Com um total de 40 páginas, o Regulamento de Sustentabilidade, ainda em processo de consulta pública que termina amanhã, recebeu sugestões e críticas de mais de dez entidades de diferentes setores industriais, que serão discutidas e consolidadas no texto final, informou Kuster.

O documento se baseia em sete princípios de sustentabilidade dos processos produtivos, como cumprimento da legislação, seja federal, estadual ou municipal em vigor; racionalidade no uso dos recursos naturais para evitar exaustão; proteção, recuperação e conservação da biodiversidade em cadeias produtivas; respeito às águas, ao solo e ao ar; adoção de práticas que visem o bem-estar dos trabalhadores; desenvolvimento ambiental econômico e social das regiões em que se inserem as atividades do processo produtivo; e desenvolvimento de ações para promoção da inovação tecnológica de forma a possibilitar crescimento econômico alinhado ao desenvolvimento e preservação ambiental.

Kuster destaca que esses princípios envolvem critérios e indicadores para reduzir o impacto ambiental, social e econômico. Na questão ambiental, os processos produtivos devem focar em tratamento da água, destino dos dejetos e utilização dos subprodutos, pois dependendo da cadeia produtivo os subprodutos são tóxicos. Do ponto de vista social, as empresas têm que levar em conta condições de trabalho, uso do equipamento de produção individual pelo trabalhador, condições de higiene e limpeza do trabalhador, respeito a jornada de trabalho, tipo de mão de obra. No âmbito econômico, é preciso mensurar o impacto econômico do entorno dos projetos.

Para Kuster, a grande vantagem da indústria seguir os critérios do Regulamento de Sustentabilidade do Inmetro é que ela vai se tornar mais competitiva e dificilmente será questionada no exterior por algo diferente do que está no documento. “Se o empresário fizer a gestão dos indicadores, dos princípios e dos critérios que estão nesse guia, ele certamente vai atender entre 80% a 90% do que é exigido pelos países compradores de produtos nacionais. E certamente do que começa a ser exigido pelo consumidor brasileiro”, diz ele.

O executivo adiantou que logo que o documento for divulgado no “Diário Oficial”, o Inmetro vai começar a se reunir com representantes dos setores mais interessados para trabalharem em conjunto no levantamento dos indicadores específicos de sustentabilidade de cada um (por exemplo, consumo de água é um indicador que varia em cada tipo de indústria). “Vamos nos reunir com as indústrias que tiverem maior interesse em implantar regras de sustentabilidade no seu negócio e, então, começar a discutir e a testar o regulamento com eles”, diz.

Seminário apresenta avanços do setor empresarial brasileiro no debate sobre a nova norma de responsabilidade social


A implementação da norma internacional de responsabilidade social oferece desafios e grandes oportunidades que já são vislumbradas pelas empresas no Brasil

Paralelamente ao lançamento da Norma ABNT NBR ISO 26000 no Brasil no dia 8 de dezembro, o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) realizará, no dia 15 de dezembro, o Seminário: “Oportunidades e Desafios na Aplicação da Norma ISO 26000 nas Organizações”, que apresentará as conclusões do grupo de trabalho que reuniu durante o segundo semestre de 2010, 15 empresas para discussão da norma e sua aplicabilidade. São elas: Guarani, AES Brasil, AMCE, Anglo American, BM&F BOVESPA, BRASKEM, Instituto EDP, Itaú-Unibanco, Report Comunicação, Sanofi-Aventis, Santander Brasil, SESI/CNI, Souza Cruz, Telefônica e Vivo.

O seminário será mediado pelo coordenador do grupo de trabalho, Aron Belinky*, e por representantes das empresas participantes.

”O trabalho realizado no GT colocou em evidência o caráter inovador da ISO 26000 e sua utilidade para as empresas, especialmente como referência para o alinhamento e atualização de suas políticas de responsabilidade social ou sustentabilidade. Realmente é um documento que traz o estado da arte na gestão sobre esses temas e o primeiro a reunir articuladamente todos os seus múltiplos aspectos”, diz Aron. “Ao mesmo tempo, identificamos também alguns desafios para sua implementação, e possíveis caminhos para superá-los”, completa ele.

O GT ISO 26000 foi uma iniciativa do Centro de Estudos em Sustentabilidade que teve por objetivo propiciar aos participantes o conhecimento da norma, somado à reflexão sobre os potenciais e limitações da sua aplicação, por meio de estudos, debates e da troca de experiências. Uma série de atividades presenciais, focadas na apresentação e debates dos conteúdos da nova norma e na interação entre os participantes, complementadas por atividades remotas, de reflexão/pesquisa sobre os conteúdos e aplicabilidade na empresa, face à realidade profissional de cada participante subsidiaram a metodologia do grupo.

Roberta Simonetti, coordenadora do Programa de Sustentabilidade Empresarial do GVces, comenta que “o engajamento das empresas no GT e o elevado nível das discussões e reflexões, onde foram trazidos dilemas e casos práticos, destaca a preocupação deste grupo de vanguarda em cumprir uma agenda estratégica voltada às principais questões da responsabilidade social e da internalização da sustentabilidade em suas organizações”.

Além do seminário, o grupo está preparando uma publicação (a ser lançada no primeiro trimestre de 2011) que apresentará as principais práticas, percepções e conclusões referentes à responsabilidade social corporativa e à ISO 26000.

Sobre a ISO 26000

A ISO 26000 foi lançada mundialmente em Genebra no dia 1º de dezembro de 2010, sendo fruto das atividades de um grupo de trabalho multi-stakeholder formado por mais de 450 especialistas de 99 países e 45 entidades globais, que desde 2005 se dedicaram à sua elaboração. A norma se destaca por trazer uma abordagem inédita, traduzindo e integrando, por uma perspectiva tanto gerencial como estratégica, os temas e as práticas centrais da responsabilidade social e da sustentabilidade empresarial e organizacional.

* Parceiro do GVces, é secretário executivo do GAO - Grupo de Articulação das ONGs Brasileiras na ISO 26000 e membro destacado do grupo de trabalho internacional que elaborou essa norma e acompanha sua implementação em todo o mundo.

Serviço:

Seminário: Oportunidades e Desafios na Aplicação da Norma ISO 26000 nas Organizações
Data: Dia 15 de Dezembro de 2010 das 14h00 às 17h00
Local: Auditório da FGV - Av. Nove de Julho 2.029 - Bela Vista - São Paulo

Fonte: Assessoria de Empresa - FGV.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ISO 26000 é lançada no Brasil


A norma ABNT NBR ISO 26000:2010 - Diretrizes sobre responsabilidade social foi lançada ontem em um evento que reuniu cerca de 300 pessoas na sede da FIESP, em São Paulo.

O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), representante oficial da norma no Brasil, em parceria com a Petrobrás, Suzano Papel e Celulose e CNI-SESI.

O lançamento contou com a presença de autoridades e representantes de empresas, associações e organizações não governamentais que esperam que a norma seja um poderoso instrumento para desenvolver e aperfeiçoar as práticas de responsabilidade social no Brasil.

Para o brasileiro Jorge Cajazeira, presidente mundial da ISO 26000, o lançamento serviu para coroar o esforço de 450 especialistas de todo o mundo que passaram os últimos cinco anos dedicados à construção da norma. Cajazeira também fez questão de destacar o envolvimento e dedicação da delegação brasileira na elaboração do documento.

A norma fornece orientações para todos os tipos de organizações, independentemente do porte ou localização, sobre conceitos, termos, definições e todas as questões referentes à responsabilidade social e desenvolvimento sustentável e sua implementação nas organizações. A norma é direcionadora e não certificável. Sua aplicação nas empresas será voluntária.

Mais informações sobre a norma podem ser obtidas nos seguintes links:

www.iso.org/sr | Informativo do Grupo de Trabalho Internacional
www.abnt.org.br | ABNT, informações e acesso ao “comitê espelho” brasileiro
www.uniethos.org.br/gtethosiso26000 | Instituto Ethos, com informações sobre atividades de implementação e acesso aos registros do grupo de trabalho de empresas que acompanhou a construção da norma.
www.gao.org.br | GAO – Grupo de Articulação da ONGs Brasileiras na ISO 26000, com informações sobre as atividades e acesso ao grupo de entidades envolvidas na construção da norma e sua implementação.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bazar em São Paulo reúne estilistas preocupados com sustentabilidade


De 03 a 10 de dezembro, acontece em São Paulo, a quinta edição do “Bazar Sustentável” idealizado pela consultora de moda e apresentadora de TV, Chiara Gadaleta.

O evento reúne além de coleções antigas de estilistas consagrados, os acervos pessoais de fashionistas. A novidade desta edição fica por conta da “Pop Up Store #SSE” um espaço apenas para estilistas e peças de moda sustentável.

São eles: Flavia Aranha, Patrícia Moura, Flor de Seda, Limonada, Plant Your Tree, Iça, Catarina Mina, Luiz Eduardo Miguel, Recyclé, Coletivo Verde, Verdinha e Básica, D’Carvalho, Fulô de Crochê, Lillot e Peixes em Peixes. Teremos também acervos de coleções Juliana Jabour e Madrih, além de araras de brechós com peças de fashionistas. Parte da renda das vendas será revertida para Ong Deixe Viver de proteção aos animais.

Bazar Ser Sustentável com Estilo

Quando: 03/12 ao 10/12/2010
Horário: 12:00 as 20:00
Endereço: Rua Camiranga, 72 , Cerqueira Cesar ( subindo a Melo Alves, é uma vila logo depois da Oscar Freire)
Cidade: São Paulo – SP
Mais informações: Ser sustentável com estilo

Fonte: Coletivo Verde.