sexta-feira, 4 de abril de 2008

Ma(i)s que papelão!

Uma cooperativa que reúne catadores de material reciclável e novos escritores. Essa é a proposta do projeto social criado pelo escritor argentino Washington Cucurto, no bairro La Boca, em Buenos Aires. No Brasil acontece, desde a última Bienal do livro, uma versão chamada Dulcinéia Catadora. A cooperativa, tocada pela artista plástica Lúcia Rosa e um grupo variável de filhos de catadores e jovens que moram em abrigos, produz livros com capa de papelão cuidadosamente pintada a mão. Já têm no catálogo cerca de 30 títulos, de autores que vão do sonetista Glauco Mattoso ao rei do portuñol salvage Douglas Diegues. Os livros, verdadeiros objetos de arte, são vendidos a 5 reais. O lucro paga os jovens do coletivo e sustenta o projeto, que é auto-suficiente. O ateliê da Dulcinéia fica numa sala oferecida pela ONG Projeto Aprendiz, na Vila Madalena. O coletivo também faz intervenções urbanas. Recentemente cercaram uma praça em Sorocaba com uma grande frase de letras pintadas com 1,60 metro de altura. A frase, um ditado popular usado como epígrafe no conto A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa, define, segundo Lúcia, o coletivo: O sapo não pula por boniteza, mas porém por precisão.

Veja onde encontrar os livros feitos com material reciclável e palavras inéditas

Mercearia do Pedro – Rua Rodésia, 34 (Vila Madalena)
Galeria Vermelho – Rua Minas Gerais, 350
Livraria Realejo (Santos) – Rua Marechal Deodoro, 2

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